Dia desses comentava com alunos a inexistência dos "direitos humanos", posto que só se realizam no papel; ou se quisermos ser mais precisos, poderíamos dizer que só existem para as nações ou pseudonações que impõem sua tirania aos povos dominados. Estes últimos, claro, não têm direitos, e por extensão agem de má-fé, são terroristas, são ditaduras ou anti-democracias etc. De regra, quem possui armamento nuclear pode falar em causa de "direitos humanos", de que "todos são iguais" e outros blá-blá-blás.
Ivan
Palestina; a demografia e o terror
11/03/2012
www.vermelho.org.br
Diário Liberdade
Yuri Martins Fontes
A disparidade de meios militares entre o Estado de Israel (apoiado pelos EUA) e o povo palestino, sem exército, dispondo apenas de arcaicas armas caseiras, transformou o conflito num lento genocídio.
O terror chegou a tal ponto que são várias as vítimas do Holocausto que começam a denunciar publicamente a semelhança das práticas do governo sionista com as do regime hitleriano. Tortura, uso de seres humanos como cobaias e racismo são práticas comuns do governo de Telavive, que se estão a agravar devido a um fator – a elevada taxa de natalidade dos palestinos, muito superior à dos israelenses.
Este fato vai em poucos anos obrigar Israel, para manter os privilégios dos seus habitantes, a abandonar os últimos resquícios de "Estado democrático", limitando o direito de voto aos cidadãos não-judeus ou, ainda pior, expulsar ou assassiná-los, realizando uma limpeza étnica. Este aparente absurdo institucional está perto de se tornar realidade. Basta atentar nos dados divulgados pelos organismos internacionais. E é, paradoxalmente, a representação diplomática do líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abas, na ONU que, ao defender a solução de "dois Estados" oferece ao povo judeu a única solução para evitar tão bárbaro rumo.
Crimes de guerra, cobaias humanas e campos de concentração
Recordemos os dados mais recentes do terrorismo israelense: no último bombardeamento massivo de Gaza (2008/2009), a desproporção de forças foi tal que, por cada israelense morto, foram assassinados 100 palestinos. Dois terços das 1.300 vítimas eram civis, a maioria delas crianças. Conforme a análise do sociólogo Emir Sader, da Universidade do Rio de Janeiro, a matança "foi uma das piores que o mundo conheceu nos últimos tempos".
Sob a premissa de que "não há inocentes em Gaza", esta zona de alta densidade populacional foi bombardeada como se de um campo de tiro a céu aberto se tratasse. Foram lançados sobre o território mil toneladas de bombas, que destruíram o pouco que ainda restava das infra-estruturas públicas – hospitais, fábricas e escolas – numa zona das mais pobres do mundo e onde se amontoam milhão e meio de pessoas.
Segundo a Cruz Vermelha e a ONU, os comandos israelenses ordenaram o uso de armas químicas, em clara violação das leis internacionais de guerra. Os documentos referem que os para-quedistas lançaram pelo menos 20 bombas de fósforo branco sobre o campo de refugiados de Biet Lahaiya. O fósforo branco é uma substância altamente inflamável, que reage ao oxigénio e causa graves queimaduras. Ao explodir, as bombas pulverizam o fósforo, que é lançado a grandes distâncias e se pega à pele, continuando a arder depois de a penetrar.
Mais, os médicos noruegueses da ONG Norwac, Mads Gillbert e Erik Fosse, denunciaram o uso de uma nova arma conhecida como Explosivo de Metal Denso. Trata-se de uma pequena munição envolta em carbono, com uma cobertura de ferro, cuja explosão num fluxo de poucos metros "corta um corpo ao meio". Ao experimentar estas armas nunca usadas, nem pelos EUA, os israelenses fizeram dos palestinos cobaias, repetindo uma prática abominável dos tempos de Adolf Hitler.
O ódio que se semeia
Desde então realizaram-se diversas manifestações israelenses de protesto. Norman Finkelstein, filho de sobreviventes do Holocausto e autor de A indústria do Holocausto, afirmou que as acções israelenses contra os árabes "são comparáveis às dos nazis contra os judeus". E como exemplo lembrou a expulsão dos palestinos, depois da guerra de 1948, quando os israelenses ocuparam – com a ajuda do exército – imensos territórios árabes dizendo serem terras "abandonadas". O autor, depois de visitar o Sul do Líbano, que esteve sob domínio israelense durante duas décadas, declarou: "Era um campo de concentração".
Outra significativa denúncia dos crimes israelenses partiu de uma judia que fugiu da Alemanha e cujos pais morreram em Auschwitz. Para Hedy Epstein, as ações do governo israelense mostram que não aprenderam nada: "Como podem fazer aos palestinos o mesmo que os nazis?", declarou à BBC, acrescentando: "Estas ações horríveis aumentam o anti-semitismo".
Da prática do terror à sua institucionalização
Michel Warschawski, diretor do Centro de Informação Alternativa de Jerusalém, considera "particularmente significativo" que um setor da direita já tenha percebido que a "democracia israelense está em perigo". Israel converteu-se num Estado fundamentalista e poderá caminhar para o fascismo. Um quinto da sua população é árabe e é a parte mais pobre de uma sociedade em que a concentração de riqueza é das maiores do mundo.
Vários analistas vêm referindo que a "solução de dois Estados" é a que mais convém a Israel porque, como explica o professor de Relações Internacionais da Universidade Hebraica, Arye Katzovich, "se Israel não permitir a independência dos territórios ocupados, o país não poderá sobreviver como 'Estado judeu e democrático', já que a população árabe-israelense em poucos anos superará a judia – devido às altas taxas de natalidade e o não acesso à informação sobre planejamento familiar. Os árabes-israelenses são 19,4% numa população de quase oito milhões. Porém, têm uma taxa demográfica duas vezes superior à dos judeus.
Se os sionistas impedirem a criação de um Estado palestino para onde possam 'deportar os árabes', só restam duas possibilidades: ou os árabes acabam por controlar o Estado ou, à semelhança do apartheid, haverá necessidade de um regime autoritário e segregacionista que permita manter o poder nas mãos da minoria judia".
No limite, poderá acontecer algo semelhante ao extermínio nazi – sempre em nome da manutenção do Estado do "povo eleito". Henri Lefebvre, filósofo de meados do século 20, já tinha notado a semelhança: "Os ideólogos hitlerianos tomaram do antigo judaísmo a ideia de um povo eleito e de uma raça, a qual aperfeiçoaram recorrendo a considerações biológicas discutíveis".
Agora, os novos membros do povo eleito, depois do débil otimismo da experiência liberal, parecem querer voltar ao pessimismo do fundamentalismo político-religioso baseado no terror.
PRIVATARIA TUCANA, PARTE II - A HORA DA VERDADE
Gente,
eis o melhor presente de Natal para todos os brasileiros nos últimos vinte anos, pelo menos. O livro Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., que conta não só as principais falcatruas do PSDB no poder federal na era FHC-Serra, mas revela os esquemas pra lá de criminosos da corja tucana com dados mais explícitos: o processo e a privatização de empresas estatais brasileiras, lavagem de dinheiro monstruosa, enriquecimento ilícito, espionagem etc.
O suposto Mensalão perto disso é fichinha, e como nos diz Ribeiro Jr., trata-se de "o maior assalto ao patrimônio público brasileiro". Dizem os meios virtuais que o Serra até tentou comprar todas as edições da livraria Cultura do Conjunto Nacional...
LINQUES NOVOS
Como diversos distribuidores virtuais de arquivos já não existem mais, então pode-se baixá-lo clicando aqui, cá ou acolá. Ou ainda, pode-se ler o polêmico livro diretamente na Internet em: https://dagmarvulpi.blogspot.com.br/2011/12/privataria-tucana.html ou https://adalbertoprofessor.blogspot.com.br/2012/02/o-polemico-livro-privataria-tucana.html . Boa leitura.
Os Tucanalhas
Não que os mais atentos já não soubessem das privatarias da tucanalha; não é tanta novidade assim para quem viveu a privatização do Banespa, CSN, Banestado, Embraer e Vale do Rio Doce etc. e tal, com o arquivamento de denúncias por parte da maioria peessedebista e demagógica (e lacaios terceiros) do Senado da época e pelo silêncio midiático.
A questão é outra: trata-se de mais uma pesquisa jornalística séria, com mais de cem documentos extraídos de cartórios, processos etc. e, analisados, que comprovam aquilo que a grande mídia nacional e elites - sobretudo a mais torpe do país, a paulista, é claro - fizeram de tudo para abafar. Só que desta vez a repercursão de um livro-bomba foi menos reveladora do que tem sido o silêncio dessa mesma mídia podre. E os grandes se ferraram, porque hoje fica evidente para muitos que se perguntam sobre os motivos da imprensa nacional: "Por que será que a Folha, o Estadão, a Veja, a Globo, a Band, a CBN e outros diários evitam ainda falar sobre este livro, uma semana depois de lançado, que é fenômeno de vendas e foi esgotado sua 1ª edição em 24 horas de lançamento? E eu, fui um trouxa, afinal sempre acreditei que a grande mídia era independente e por isso imparcial... democrática e por isso justa."
A máscara dessa imprensa podre que é o Partido da Imprensa Golpista - PIG ainda não caiu, infelizmente, mas se espera (e como se espera) que o número de interessados por política aumente; e que o número de leitores politizados, também. Em breve teremos a CPI da Privataria Tucana (Protógenes entrou com o pedido, recentemente, com num total de 206 assinaturas). Apesar das férias anuais desses assinantes, que estes não tirem férias de trabalho posteriormente, pondo em risco sua aprovação). Contamos que ao menos sirva de informação para maior parte dos eleitores e contribuintes sobre o que é e como se faz a bandidagem à moda serrista que domina parte maior do nosso pensamento político brasileiro.
Requerimento já antigo...quem diria!!!
Pergunta: pra que/ pra quem serve o Ficha Limpa, se a justiça brasileira não atinge ricos? Por que não lutar por uma causa muito mais pertinente, uma petição pública ou referendo com o intuito fazer com que o crime de colarinho branco se torne crime hediondo, inafiançável e imprescritível? E lutar pelo fim da concessão pública a jornais impressos, tevês e rádios que sejam ligados a religiosos, políticos e empresas particulares de familiares de políticos, afilhados ou partidários? Ou pelo fim da mesma concessão no caso de omissão jornalística - e além de deturpação, mentira, calúnia e difamação - em assuntos de política nacional?
Enfim, o Privataria Tucana, poderíamos dizer, é segunda parte de outro livro formidável: O Brasil Privatizado, do jornalista Aloysio Biondi, hoje falecido. Publicado em 1999, vendeu 157 mil cópias graças aos sindicatos, sobretudo. Não existia Internet naquela época e o poder da imprensa marrom brasileira era bem maior. Como não sabemos se o livro de Biondi será reeditado e republicado após o Privataria, postamos aqui (e aqui) para quem quiser ter um conhecimento maior sobre este lado obscuro e escuso da história brasileira.
Abraços e bom Ano Novo!
Trocando em Letras